sábado, 26 de dezembro de 2009

Deus costuma usar a solidão

                      Para nos ensinar sobre a convivência.

                        Às vezes, usa a raiva para que possamos

               Compreender o infinito valor da paz.

                   Outras vezes usa o tédio, quando quer

nos mostrar a importância da aventura e do abandono.

          Deus costuma usar o silêncio para nos ensinar

sobre a responsabilidade do que dizemos.

                   Às vezes usa o cansaço, para que possamos

Compreender o valor do despertar.

  Outras vezes usa a doença, quando quer

            Nos mostrar a importância da saúde.

Deus costuma usar o fogo,

para nos ensinar a andar sobre a água.

Às vezes, usa a terra, para que possamos

Compreender o valor do ar.

Outras vezes usa a morte, quando quer

Nos mostrar a importância da vida.



Fernando Pessoa



quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Derretimento de geleiras acelerado




Uma das maiores geleiras da Antártida está perdendo espessura quatro vezes mais rápido do que há dez anos, de acordo com uma pesquisa liderada pela University College de Londres (UCL).Um estudo das medidas tomadas por satélite da geleira Pine Island, no oeste da Antártida revelou que a superfície do gelo está baixando 16 metros por ano. Desde 1994, a geleira baixou em até 90 metros, o que traz graves implicações para o aumento do nível do mar.Cálculos feitos com base na taxa de derretimento registrada há 15 anos sugeriram que a geleira poderia durar 600 anos. Mas, de acordo com as novas informações, a geleira poderá durar apenas mais 100 anos.


A taxa de perda de gelo é mais rápida no centro da Pine Island e os pesquisadores temem que, se o processo continuar, a geleira poderá se quebrar e começar a afetar a camada de gelo do continente.A pesquisa foi liderada pelo professor Duncan Wingham, do University College de Londres e publicada na revista científica Geophysical Research LettersTrês centímetros - O professor Andrew Shepherd, , da Universidade de Leeds, um dos autores da pesquisa, afirmou que o derretimento no centro da geleira vai aumentar em três centímetros o nível global do mar."Mas o gelo preso atrás da geleira é de cerca de 20 a 30 centímetros de aumento do nível do mar e, assim que desestabilizarmos ou retirarmos a parte do meio da geleira, não sabemos o que vai acontecer com o gelo na parte traseira", disse Shepherd."É algo sem precedentes nesta região da Antártida.

Sabíamos que havia o desequilíbrio há algum tempo, mas nada no mundo natural está perdendo a uma taxa de aceleração exponencial como esta geleira", acrescentou.A geleira Pine Island vem sendo estudada nos últimos anos em meio ao temor de que poderá desabar e levar a uma rápida desintegração da calota polar no oeste da Antártida.Há cinco anos foi realizado um voo conjunto da Marinha do Chile e da Nasa (a agência espacial americana) que durou 11 horas para analisar a geleira com radar e equipamento a laser.A viagem, que saiu de Punta Arenas, incluiu uma série de sobrevoos baixos sobre a gigantesca geleira, que tem 32 quilômetros de largura e 1,6 quilômetro de espessura.Naquela época, os pesquisadores a bordo do voo já se preocupavam com a velocidade da mudança que detectavam na geleira. Este último estudo dos dados de satélite será mais uma informação para alarmar os especialistas polares.Mudança dramática -

Esta nova descoberta ocorre num momento em que os cientistas no continente Ártico encontram provas de uma mudança dramática. Os pesquisadores a bordo de um navio do Greenpeace estudaram a parte noroeste da Groenlândia.Um dos que participaram da pesquisa, o professor Jason Box, da Universidade Estadual de Ohio, nos Estados Unidos, foi surpreendido pela pouca quantidade de gelo no mar que encontraram no Estreito de Nares, entre a Groenlândia e o Canadá.Ele também instalou câmeras para monitorar a gigantesca geleira Petermann. Foram observadas novas rachaduras, enormes, e os cientistas acreditam que uma grande parte da geleira pode se romper em breve."A comunidade científica ficou surpresa pela forma como estas grandes geleiras são sensíveis ao aquecimento", afirmou Box à BBC."Primeiro foram as geleiras no sul da Groenlândia e agora, enquanto vamos mais para o norte da Groenlândia, descobrimos o recuo em grandes geleiras. É como retirar uma rolha de uma garrafa", acrescentou.

(Fonte: Estadão Online)agosto de 2009




quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Tigres do mundo correm risco de extinção em breve


 Os tigres que vivem livres na natureza podem se extinguir em todo o mundo dentro de duas décadas, a não ser que sejam intensificados os esforços de conservação para frear o declínio de sua população, disseram especialistas em vida selvagem nesta quarta-feira.

Estima-se que hoje existam apenas 3.500 tigres vivendo livres em 12 países asiáticos e na Rússia, contra cerca de 100 mil há um século, disseram especialistas e conservacionistas.

Os tigres vêm sendo caçados ilegalmente para a extração de partes de seus corpos, e a Ásia está ao centro de um comércio ilegal de animais selvagens que a organização policial internacional Interpol estima possa movimentar mais de 20 bilhões de dólares por ano.

As peles dos tigres são vendidas no mercado negro para servir de tapetes ou capas. Em países como a China, uma pele de tigre pode valer até 20 mil dólares no mercado negro.

De acordo com conservacionistas, outros perigos enfrentados pelo chamado "patrimônio asiático" que é o tigre são a destruição de seus habitats e a redução da base de presas das quais eles se alimentam.

"Se a conservação dos tigres continuar sendo tratada como vem sendo até agora, a população de tigres estará fadada à extinção nos próximos 15 a 20 anos", disse à Reuters o diretor de programas do Fundo Salvar os Tigres, de Washington, Mahendra Shrestha, falando durante uma conferência sobre a conservação de tigres.

Shrestha disse que uma ação policial, patrulhas para combater a caça ilegal e a preservação dos habitats ainda remanescentes podem melhorar a situação.

"Existe esperança. Podemos fazer isto. Não se trata de ciência de vanguarda. Não é algo que exija muitas novas atividades", disse Shrestha.

"Mas é preciso uma vontade política forte de conservar os tigres, e também apoio internacional forte para as atividades dos países em que vivem tigres."

Ainda há tigres vivendo em liberdade em Bangladesh, Butão, Camboja, China, Índia, Indonésia, Laos, Malásia, Mianmar, Nepal, Rússia, Tailândia e Vietnã.

John Seidensticker, cientista chefe do Centro de Ecologia da Conservação do Zoológico Nacional Smithsonian, disse que o habitat dos tigres foi reduzido em 40 por cento na última década, devido à destruição das florestas.

"Nosso desafio é fazer as paisagens com tigres vivos valer mais que aquelas em que os tigres foram mortos", disse Seidensticker. "Acho que temos uma década para evitarmos a morte dos tigres."

texto de Gopal Sharma

fonte: http://br.noticias.yahoo.com/s/reuters/091028/mundo/mundo_ambiente_tigres_risco_extinao

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

O aquecimento global


A Europa tem sido castigada por ondas de calor de até 40 graus centígrados, ciclones atingem o Brasil (principalmente a costa sul e sudeste), o número de desertos aumenta a cada dia, fortes furacões causam mortes e destruição em várias regiões do planeta e as calotas polares estão derretendo (fator que pode ocasionar o avanço dos oceanos sobre cidades litorâneas). O que pode estar provocando tudo isso? Os cientistas são unânimes em afirmar que o aquecimento global está relacionado a todos estes acontecimentos.

Pesquisadores do clima mundial afirmam que este aquecimento global está ocorrendo em função do aumento da emissão de gases poluentes, principalmente, derivados da queima de combustíveis fósseis (gasolina, diesel, etc), na atmosfera. Estes gases (ozônio, dióxido de carbono, metano, óxido nitroso e monóxido de carbono) formam uma camada de poluentes, de difícil dispersão, causando o famoso efeito estufa. Este fenômeno ocorre, pois, estes gases absorvem grande parte da radiação infra-vermelha emitida pela Terra, dificultando a dispersão do calor.

O desmatamento e a queimada de florestas e matas também colabora para este processo. Os raios do Sol atingem o solo e irradiam calor na atmosfera. Como esta camada de poluentes dificulta a dispersão do calor, o resultado é o aumento da temperatura global. Embora este fenômeno ocorra de forma mais evidente nas grandes cidades, já se verifica suas conseqüências em nível global.




Derretimento de gelo nas calotas polares: uma das consequências do aquecimento global.

Conseqüências do aquecimento global

- Aumento do nível dos oceanos: com o aumento da temperatura no mundo, está em curso o derretimento das calotas polares. Ao aumentar o nível da águas dos oceanos, podem ocorrer, futuramente, a submersão de muitas cidades litorâneas;

- Crescimento e surgimento de desertos: o aumento da temperatura provoca a morte de várias espécies animais e vegetais, desequilibrando vários ecossistemas. Somado ao desmatamento que vem ocorrendo, principalmente em florestas de países tropicais (Brasil, países africanos), a tendência é aumentar cada vez mais as regiões desérticas do planeta Terra;

- Aumento de furacões, tufões e ciclones: o aumento da temperatura faz com que ocorra maior evaporação das águas dos oceanos, potencializando estes tipos de catástrofes climáticas;

- Ondas de calor: regiões de temperaturas amenas tem sofrido com as ondas de calor. No verão europeu, por exemplo, tem se verificado uma intensa onda de calor, provocando até mesmo mortes de idosos e crianças.

Protocolo de Kyoto

Este protocolo é um acordo internacional que visa a redução da emissão dos poluentes que aumentam o efeito estufa no planeta. Entrou em vigor em 16 fevereiro de 2005. O principal objetivo é que ocorra a diminuição da temperatura global nos próximos anos. Infelizmente os Estados Unidos, país que mais emite poluentes no mundo, não aceitou o acordo, pois afirmou que ele prejudicaria o desenvolvimento industrial do país.Atualmente o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, reconheceu as “dúvidas e dificuldades” que emperram a aprovação de uma legislação a respeito das mudanças climáticas no Congresso de seu país. Ele afirmou que os EUA estão determinados a apoiar o combate ao aquecimento global durante a 15ª reunião da Convenção do Clima, em Copenhague, na Dinamarca, prevista para ocorrer em dezembro.

Obama disse que compreende a gravidade da ameaça climática, mas que seu país está determinado a agir.

– Vamos assumir nossa responsabilidade diante das futuras gerações – afirmou, em um discurso preparado para a abertura da 64ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York.

Conferência de Bali

Realizada entre os dias 3 e 14 de dezembro de 2007, na ilha de Bali (Indonésia), a Conferência da ONU sobre Mudança Climática terminou com um avanço positivo. Após 11 dias de debates e negociações. os Estados Unidos concordaram com a posição defendida pelos países mais pobres. Foi estabelecido um cronograma de negociações e acordos para troca de informações sobre as mudanças climáticas, entre os 190 países participantes. As bases definidas substituirão o Protocolo de Kyoto, que vence em 2012.




sábado, 24 de outubro de 2009

Rachel Carson foi a precursora do movimento ambientalista com o seu livro denúncia "A Primavera Silenciosa".

Vale a pena saber um pouco mais a respeito!Rachel Carson mulher pioneira, lembrada até hoje como uma mulher extraordinária e de máxima importância para o movimento ambientalista.Escreveu o livro denúnicia A Primavera Silenciosa , pois  os pássaros não cantariam mais.

Carson se formou em Biologia, mas se tornou escritora por vocação. Antes da obra que a consagrou já havia publicado uma trilogia voltada para a biologia marinha, Under the sea wind (Sob o vento do mar), The sea around us (O mar a nossa volta) e The edge of the sea (As margens do mar).

Nessa época ela também foi funcionária do governo, onde teve acesso a informações confidenciais sobre as propriedades cancerígenas do DDT, o que a levou a empreender seu projeto mais ambicioso: propagar essa denúncia à sociedade em uma época em que o DDT era tido como um grande trunfo a favor da humanidade.

O criador do DDT, Paul Muller, havia ganhado o Prêmio Nobel por salvar da malária as tropas americanas que lutaram na segunda guerra mundial, combatendo o mosquito com sua invenção. Depois disso o DDT passou a ser aplicado em diversas culuras agrícolas, como um eficaz combate às pragas.

Carson, com sua teoria, afirmava que o homem estava pretendendo controlar inexoravelmente a natureza, o que seria algo negativo e que o uso do DDT poderia causar males irreversíveis à humanidade. Suas denúncias foram alvo de muitas críticas, muitas vezes sexistas, pelo fato dela ser uma mulher cientista.

Rachel teve que depor no comitê do Senado americano criado para investigar suas denúncias e em 1963 o diretor do comitê concluiu que de fato o uso descontrolado de venenos químicos como o DDT era tão maléfico quanto a radiação nuclear. Essa decisão foi a primeira vitória dessa grande cientista, que infelizmente veio a falecer logo em seguida de câncer.

Ao ser introduzido para uso no combate a pragas, o DDT — o mais poderoso pesticida que o mundo já conhecera — terminou por mostrar que a natureza é vulnerável à intervenção humana. A maior parte dos pesticidas é efetiva contra um ou outro tipo de insetos, mas o DDT era capaz de destruir de imediato centenas de espécies diferentes de insetos. O DDT, cujo inventor recebeu o Prêmio Nobel, tornou-se conhecido durante a II Guerra Mundial, quando foi usado pelas tropas americanas contra insetos causadores da malária. Ao mesmo tempo, na Europa, começou a ser usado sob a forma de pó, eficiente contra pulgas e outros pequenos insetos.

No livro Silent Spring (A Primavera Silenciosa), lançado em 1962, Rachel Carson mostrou como o DDT penetrava na cadeia alimentar e acumulava-se nos tecidos gordurosos dos animais, inclusive do homem (chegou a ser detectada a presença de DDT até no leite humano!), com o risco de causar câncer e dano genético.

A grande polêmica movida pelo instigante e provocativo livro é que não só ele expunha os perigos do DDT, mas questionava de forma eloqüente a confiança cega da humanidade no progresso tecnológico. Dessa forma, o livro ajudou a abrir espaço para o movimento ambientalista que se seguiu. Juntamente com o biólogo René Dubos, Rachel Carson foi uma das pioneiras da conscientização de que os homens e os animais estão em interação constante com o meio em que vivem.

Quando o DDT se tornou disponível para uso também por civis, poucas pessoas desconfiavam do miraculoso produto, talvez apenas aquelas que eram ligadas a temas da natureza. Uma dessas pessoas foi o escritor E. W. Teale, que advertia: "Um spray que atua de forma tão indiscriminada como o DDT, pode perturbar a economia da natureza tanto quanto uma revolução perturba a economia social. Noventa por cento dos insetos são benéficos e, se são eliminados, as coisas em pouco tempo fogem do controle."

Outra dessas pessoas foi Rachel Carson, que propôs um artigo para o Reader's Digest falando sobre a série de testes que estavam sendo feitos com o DDT próximo a onde ela vivia, em Maryland. A idéia foi rejeitada.

Treze anos mais tarde, em 1958, a idéia de Rachel de escrever sobre os perigos do DDT, teve um novo alento, quando ela soube da grande mortandade de pássaros em Cape Cod, causada pelas pulverizações de DDT. Porém seu uso tinha aumentado tanto desde 1945, que Rachel não conseguiu convencer nenhuma revista a publicar sua opinião sobre os efeitos adversos do DDT. Ainda que Rachel já fosse uma pesquisadora e escritora reconhecida, sua visão do assunto soava como uma heresia.

Então, ela decidiu abordar o assunto em um livro.

A Primavera Silenciosa levou quatro anos para ser terminado. Além da penetração do DDT na cadeia alimentar, e de seu acúmulo nos tecidos dos animais e do homem, Rachel mostrou que uma única aplicação de DDT em uma lavoura matava insetos durante semanas e meses e, não só atingia as pragas, mas um número incontável de outras espécies, permanecendo tóxico no ambiente mesmo com sua diluição pela chuva.

Rachel concluía que o DDT e outros pesticidas prejudicavam irremediavelmente os pássaros e outros animais, e deixavam contaminado todo o suprimento mundial de alimentos. O mais contundente capítulo do livro, intitulado "uma fábula para o amanhã", descrevia uma cidade americana anônima na qual toda vida — desde os peixes, os pássaros, até as crianças — tinham sido silenciadas pelos efeitos insidiosos do DDT.

O livro causou alarme entre os leitores americanos. Como era de se esperar, provocou a indignação da indústria de pesticidas. Reações extremadas chegaram a questionar a integridade, e até a sanidade, de Rachel Carson.

Porém, além de ela estar cuidadosamente munida de evidências a seu favor, cientistas eminentes vieram em sua defesa e quando o Presidente John Kennedy ordenou ao comitê científico de seu governo que investigasse as questões levantadas pelo livro, os relatórios apresentados foram favoráveis ao livro e à autora. Como resultado, o governo passou a supervisionar o uso do DDT e este terminou sendo banido.

A visão sobre o uso de pesticidas foi ampliada e a conscientização do público e dos usuários começou a acontecer. Logo, já não se perguntava mais "será que os pesticidas podem ser realmente perigosos?", mas sim "quais pesticidas são perigosos?"

Então, em vez dos defensores da natureza terem de provar que os produtos eram prejudiciais, foram os fabricantes que passaram a ter a obrigação de provar que seus produtos são seguros.

A maior contribuição de A Primavera Silenciosa foi a conscientização pública de que a natureza é vulnerável à intervenção humana. Poucas pessoas até então se preocupavam com problemas de conservação, a maior parte pouco se importava se algumas ou muitas espécies estavam sendo extintas. Mas o alerta de Rachel Carson era assustador demais para ser ignorado: a contaminação de alimentos, os riscos de câncer, de alteração genética, a morte de espécies inteiras... Pela primeira vez, a necessidade de regulamentar a produção industrial de modo a proteger o meio ambiente se tornou aceita.

Fonte: http://www.geocities.com/~esabio/cientistas/primavera_silenciosa.htm

Que notícia boa!



No Alasca, ursos polares ganham área de proteção do tamanho da França

Os Estados Unidos anunciaram na quinta-feira (22) que criarão uma reserva no Alasca, do tamanho da França, para proteger os ursos polares, uma espécie particularmente ameaçada.


"Propor uma reserva para esta espécie simbólica é um passo na direção correta para prevenir sua extinção. É também o reconhecimento de que a maior ameaça aos ursos polares passa pelo derretimento do gelo no oceano Ártico causado pelo aquecimento global", declarou Tom Strickland, encarregado de pesca, parques e fauna do departamento de Assuntos Internos.


A reserva terá 520 mil km2 e incluirá uma barreira de ilhas ao longo da costa do Alasca, parte da calota polar, terras e rios costeiros.


Os Estados Unidos incluíram o urso polar na lista de animais ameaçados em maio do ano passado.


Por: Folha Online
Fonte:


Temperatura pode subir até 8º C no Brasil.



Estudo desenvolvido pelo Met Office Hadley Centre a pedido do Departamento de Energia e Mudanças Climáticas (Decc) do Reino Unido mostra que, caso não seja possível frear a elevação da temperatura a 2º C e ela suba 4.º C acima do patamar pré-industrial, a Terra vai aquecer mais rapidamente do que o mar, e as altas latitudes, particularmente o Ártico, terão elevações maiores. A média da temperatura em terra será de 5,5°C acima dos níveis pré-industriais. Pelo cenário traçado pelo Met Office, no Brasil, a temperatura vai aumentar entre 5°C no litoral e 8°no interior do País.

O trabalho foi realizado tendo como base os cenários de emissões construídos pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC). Com base no nível de emissão, os cientistas do Met Office e instituições parceiras fizeram projeções do aumento de temperatura da Terra e os efeitos que essa elevação causaria. O estudo foi divulgado pelos ministros das Relações Exteriores do Reino Unido, David Miliband, de Energia e Mudanças Climáticas, Ed Miliband, e pelo cientista-chefe do Reino Unido, John Beddington.

Impactos - De acordo com o estudo, serão registradas redução na oferta de água, menor produção agrícola, maior incidência de temperaturas extremas e secas, aumento dos incêndios florestais e elevação nível do mar.

A produção de cereais vai registrar forte queda no mundo. Os reservatórios de água sofrerão diminuição de 70%. Metade das geleiras do Himalaia será significantemente reduzida até 2050, o que levará 23% da população da China a ser privada de fonte de água do degelo durante a estação seca.

"Se as emissões continuarem nos níveis atuais, a média de temperatura global provavelmente irá crescer em 4°C até o fim deste século ou até bem mais cedo. A ciência nos mostra que nós teremos impactos amplos e severos em todas as partes do mundo, então precisamos agir agora para reduzir emissões e evitar as faltas de água e comida no futuro", disse o chefe da área de Mudanças Climáticas do Met Office, Vicky Pope.

"Este estudo mostra que os riscos não poderiam ser mais altos nas negociações de Copenhague. Os cientistas ajudaram a ilustrar o efeito catastrófico que resultaram do fracasso de limitar o aquecimento global em 2°C. Com menos de 50 dias antes que um acordo seja feito, o Reino Unido está se esforçando para persuadir o mundo de que precisamos aumentar nossas ambições para que consigamos um acordo que nos proteja de um mundo de 4°C", disse Ed Miliband, Ministro de Energia e Mudanças Climáticas, que esteve no Brasil em agosto. Para David Miliband, "nós não podemos lidar com um mundo de 4°C".





Mudanças climáticas ameaçam 10 ecossistemas no mundo, aponta relatório


Essa notícia é de  5 de Abril de 2007- Última modificação em 14 de Julho de 2007 - 12h00

Vale a pena conferir.Os problemas já começaram....

Brasília - Amazônia, os recifes de corais e as florestas temperadas do Chile são alguns dos 10 "maravilhas naturais" que têm sua existência ameaçada até 2050 por mudanças climáticas, segundo relatório divulgado  pela organização ambientalista WWF. A pesquisa “Salvando as Maravilhas Naturais do Mundo de Mudanças Climáticas” foi divulgada a um dia do parecer do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) da Nações Unidas (ONU).


No Brasil, a pesquisa da WWF indica que o aumento de temperatura na região Amazônica aliado à redução do regime de chuvas pode comprometer a umidade na região e transformar em cerrado de 30 a 60% da floresta. A previsão é que até 2050 a temperatura na Amazônia aumente entre 2 e 3º C. Essas mudanças podem afetar a biodiversidade, a disponibilidade de recursos naturais como a água e também a saúde humana, segundo o diretor de conservação da WWF, Carlos Alberto de Matos Scaramuza.


As mudanças climáticas também podem diminuir a produção agrícola, segundo o estudo. “O café, por exemplo, produzido no Brasil principalmente em São Paulo e Minas Gerais pode ter a área de cultivo reduzida com o aumento de temperatura como está previsto”, ressalta Scaramuza. "Mudanças no padrões de chuva e temperatura certamente inviabilizam certo tipos de culturas em determinadas regiões".

Para evitar esse acontecimentos, o diretor da WWF disse que os governos devem se preocupar em reduzir a emissão de gases poluentes, formados principalmente a partir da queima do petróleo, o desmatamento e as queimadas. Os incêndios florestais são um grande problema nas florestas da Valdívia no Chile e na Argentina; e o desmatamento no Brasil. Pesquisa da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) aponta que o Brasil é responsável por cerca de 74% de toda área desmatada na América do Sul.


A população tem um papel para evitar os efeitos negativos das transformações climáticas. Scaramuza recomenda que as pessoas utilizem em casa lâmpadas fluorescentes em vez das incandescentes e busquem substituir os carros por meios de transportes coletivos como ônibus, e alternativos como bicicletas.


O aquecimento global, de acordo com o estudo, já afeta as geleiras do Himalaia, que estão derretendo a uma taxa média de 10 metros por ano. “O derretimento causa problemas para as comunidade que dependem da água do derretida nas estações de seca. Essas alteração implicam impacto sobre a biodiversidade, até porque afetam o nível de água doce nos rios ”, explicou Scaramuza.


Na Índia, o mangue Sundarban, habitado por uma variedade de animais, como o tigre de Bengala, corre o risco de desaparecer se o nível do mar começar a subir e as tempestades, na maioria das vezes violentas, se tornem mais fortes. A previsão da relatório da WWF é que até 2020 15% de 12 ilhas identificadas como vulneráveis na região do delta desapareçam, afetando mais de um milhão de pessoas.

As dez "maravilhas" que sofrem risco, segundo o WWF, são: floresta amazônica; geleiras do Himalaia; mangue Sundarban, na Índia; deserto Chihuahua, no México; as tartarugas gigantes no Caribe; rio Yangtze, na China; mar Bering, no Alaska; florestas do sudeste africano; ecossistema marinho do sudeste africano; e recifes de corais no Oceano Pacífico e Caribe.



Repórter da Agência Brasil
Por: Agencia Brasil

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Pessoa Física e Jurídica respondem por crime ambiental


Pessoa física e jurídica respondem por crime ambiental. A responsabilidade penal da pessoa jurídica em crimes ambientais é admitida desde que haja a imputação simultânea do ente moral e da pessoa física que atua em seu nome ou benefício. Não se pode compreender a responsabilização do ente moral dissociada da atuação de uma pessoa física, que age com o elemento subjetivo próprio. O entendimento é da 5ª Turma do Superior Tribunal de Justiça, que anulou o recebimento de denúncia de crime ambiental praticado por uma empresa paranaense.

O Ministério Público do Paraná ofereceu denúncia contra uma empresa pela prática do delito ambiental, previsto no artigo 41 da Lei 9.605/98 (provocar incêndio em mata ou floresta), que foi rejeitada em primeira instância.

O Tribunal de Justiça do Paraná, por sua vez, proveu o Recurso em Sentido Estrito para determinar o recebimento da denúncia oferecida exclusivamente contra a pessoa jurídica pela prática de crime ambiental. Para o TJ, a responsabilização penal da pessoa jurídica pela prática de delitos ambientais advém de uma escolha política, como forma não apenas de punição das condutas lesivas ao meio ambiente, mas também de prevenção geral e especial. Além disso, a lei ambiental previu para as pessoas jurídicas penas autônomas de multas, de prestação de serviços à comunidade, restritivas de direitos, liquidação forçada e desconsideração da pessoa jurídica, todas adaptadas à sua natureza jurídica.

Ao recorrer ao STJ, o Ministério Público sustentou violação do Código Processual Penal quando da sentença e dos embargos e ofensa à Lei 9.605/98, que dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente. Por fim, argumentou a impossibilidade de oferecimento da denúncia unicamente contra a pessoa jurídica.

Ao decidir, o relator, ministro Arnaldo Esteves Lima, destacou que não houve denúncia contra a pessoa física responsável pela empresa e, por essa razão, o acórdão que determinou o recebimento da denúncia deve ser anulado. Com informações da Assessoria de Imprensa do STJ.

Resp 865.864

O que se entende por Educação Ambiental



A partir da Conferência de Tbilisi muitas outras reuniões aconteceram em que estes objetivos foram reiterados. Na Conferência Internacional sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro em junho de 1992, os especialistas relacionaram a Educação Ambiental com os problemas mais preocupantes do desenvolvimento humano, dedicando um capítulo da Agenda 21 para ressaltar a importância da mudança de hábitos da população, principalmente nos países mais ricos. Os encontros tanto nacionais como, sobretudo, internacionais que se organizaram a partir da RIO 92 adotaram definitivamente os aspectos ligados ao desenvolvimento sustentável e a uma ética em relação ao ambiente.


É interessante observar a evolução das concepções ambientais sofridas ao longo deste século. Em um primeiro momento, prevalecia a idéia de conservação do ambiente com um forte componente estético. Já, na década de sessenta, a proteção ao ambiente se fazia vinculada à qualidade de vida, tendo como princípio, o bem estar. O momento atual tem como valor social a preservação da natureza sendo que o desenvolvimento sustentável exige uma aproximação com a ética.

Existem diversas formulações sobre o significado de Educação Ambiental. Há porém, uma caracterização, formulada por Arthur Lucas, que distingue educação sobre, no e para o ambiente.

Educação sobre o ambiente compreende ações ou atividades educativas que têm como objetivo proporcionar informações e formação sobre o meio ambiente e relações que se dão no mesmo. Seus objetivos incluem a compreensão cognitiva das interações entre os seres humanos e seu meio. Como exemplo de atividade sobre o ambiente teríamos a análise da influência das atividades domésticas e industriais de uma cidade sobre a qualidade da água da região, estudo das relações entre vegetação e solo, adubação, plantio de mudas, efeitos do aterro sanitário sobre as águas subterrâneas, entre outros.

Educação no ambiente toma o meio físico como recurso didático sendo que as atividades são realizadas fora da sala de aula, como por exemplo, estudo de campo para conhecer os diferentes tipos de solo e de rochas, análise da erosão do solo, trilhas ecológicas para observação de plantas e animais, visitas a zoológicos e a jardins botânicos, entre outros.

Educação para o ambiente tem como objetivo a conservação e a melhoria do meio. Lucas afirma que, ainda que se possa supor, que o objetivo final da educação para o ambiente é conseguir mudanças de atitudes, estas não serão efetivas se não vierem acompanhados de mudanças de comportamentos. Segundo pesquisadores, educação para o ambiente deveria incluir como objetivo, ao se estudar a contaminação de um rio, por exemplo, a tomada de decisões e opções para diminuir essa contaminação tanto no âmbito pessoal - o que posso e devo fazer enquanto cidadão- como desde o coletivo - estar atento a acompanhar as decisões das instituições responsáveis.

A primeira impressão é que atitude e comportamento têm o mesmo significado, porém, ter atitudes favoráveis sobre o meio ambiente nem sempre implicam em comportamentos responsáveis. Atitude é entendida como tendência a querer atuar de uma forma determinada diante de um tipo de situação, enquanto que comportamento, é entendido como atuação concreta. Os comportamentos são expressos por hábitos e costumes que muitas vezes dificultam ações mais positivas frente a diversos problemas ambientais.

Muito se fala hoje sobre educação ambiental e sobre projetos de educação ambiental, mas, na maioria das vezes são apenas atividades sobre o ambiente e no ambiente. Só podemos falar de educação ambiental quando existe a componente para, ou seja, quando entre as finalidades do programa se encontram a melhoria e a conservação do ambiente, com mudanças de comportamento. É claro que é possível muitas combinações entre os três componentes, sobre, no e para o ambiente, além do que, é muito difícil avaliar a adequação de um projeto de educação ambiental pois os resultados de um processo educativo não são conseqüência de uma só atividade mas de uma ação prolongada ao longo de anos. Algo que se ensina em uma determinada época e em um determinado contexto pode influenciar o comportamento de uma pessoa em um outro e inesperado momento.

Apesar das dificuldades de análise das repercussões de um projeto ou de atividades de Educação Ambiental, o estudo do meio não pode ter como objetivo só a aquisição de conhecimentos mas envolver todo um conjunto de novos comportamentos que levem a compreender e proteger o meio.

Estas reflexões nos levam a considerar que a educação de atitudes e de comportamentos exige o planejamento de atividades específicas de aprendizagem inter-relacionadas com a aprendizagem de conhecimentos, porém, com características próprias.

Uma outra característica das atividades consideradas como de educação ambiental, geralmente desenvolvidas em nossas escolas, é o fato delas serem desvinculadas da sala de aula, à margem dos programas das diferentes disciplinas. São comuns as exposições sobre meio ambiente, semanas do meio ambiente, semanas da água, reciclagem de lixo e de papel, plantio de mudas, plantas medicinais, hortas, etc.

Estas atividades pontuais, de certa forma, contrariam os princípios de orientação da Educação Ambiental estabelecidos em Tbilisi pois não consideram o ambiente em sua totalidade, ou seja, em seus aspectos naturais e criados pelo homem, tecnológicos e sociais (econômico, político, técnico, histórico-cultural, moral e estético) além de não aplicarem um enfoque interdisciplinar, aproveitando o conteúdo específico de cada disciplina, de modo que o aluno tenha condições de adquirir uma perspectiva global e equilibrada sobre o ambiente.


Dentro de uma nova proposta curricular, a educação ambiental vem sendo apresentada como um tema transversal, isto é, não está associada a nenhuma disciplina específica mas deve estar presente em todas as áreas do conhecimento.

Uma das primeiras dificuldade é analisar o que se entende por tema transversal. Segundo Neus Sanmarti, educadora e pesquisadora da Universidade Autônoma de Barcelona, pode-se considerar dois modelos: modelo "espada" onde um tema transversal, como uma espada, atravessa todas as áreas curriculares, porém, com o inconveniente de atingir somente determinadas partes do currículo e o modelo "infusão", fazendo uma analogia com infusões que se distribuem por um líquido (o currículo) de maneira a formar uma solução homogênea . Da mesma maneira que não se bebe um líquido que não contenha parte das substâncias dissolvidas não se deveria trabalhar nenhum conteúdo curricular que não estivesse impregnado de conteúdos transversais.

Numa perspectiva mais integradora e de educação sustentável não se pode pensar em educação ambiental sem relações com as "outras educações" : educação dos direitos humanos, educação para o desenvolvimento e educação para a paz.

Maria Guiomar é Professora do Departamento de Física e Coordenadora do Núcleo de Educação em Ciências da UNIMEP

fonte foto:http://www.mdig.com.br/index.php?itemid=1253

10 dicas para ajudar a salvar o planeta!




Os 10 mandamentos para salvarmos o planeta




1-Não sujar as ruas.

2-Não jogar papel higiênico no vaso sanitário, pois como na operação não há produto químico para dissolver com a água o papel endurece, imediatamente, virando uma bolinha.

3-Sempre recolha as fezes de seu animal na rua, com sacos plásticos e papéis, jogando-os no lixo mais próximo.

4-Separe seu lixo orgânico e não-orgânico para reciclagem. A reciclagem preserva o planeta e ajuda a população carente.

5-Evite comprar móveis de madeira — cada móvel é uma árvore.

6-Cada folha de papel que você usa é uma árvore a menos, por isso aprenda a economizar papel.

7-Se engajar em uma ação coletiva, na rua onde mora, é como cuidar de uma árvore, um canteiro, um muro pichado…

8-Dizer bom dia sempre para quem passar por você na rua (comunidade, prédios, casas).

9-Fumar ao lado das plantas é um crime!

10-Proteger rios e mares. Não jogue nenhum lixo em rios e mares.

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Por: Dr. Fabio Ravaglia…

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Educação Ambiental

  De acordo com a Lei nº. 9.795/95, a Educação Ambiental consiste em processos por meio do qual o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade. Além disso, é um componente essencial e permanente da educação nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não-formal[11].

  Entende-se por educação formal aquela desenvolvida na educação escolar, que está inserida nos currículos das instituições públicas e privada, englobando a educação básica, superior, especial, profissional e de jovens e adultos. A Educação Ambiental deverá consistir em uma prática educativa integrada e permanente, não poderá ser implantada como uma disciplina específica nos currículos escolares, exceto nos cursos de pós-graduação, extensão e nas áreas voltadas ao aspecto metodológico da educação ambiental[12].

  Neste sentido, a vedação legal existente quanto à implantação de uma disciplina específica de educação ambiental nos currículos escolares, demonstra consonância com todo o conteúdo disciplinado na presente Lei, uma vez que se quer justamente alterar a forma fragmentada, compartimentada do processo educativo. O objetivo que se pretende é integrar a temática ambiental nos conteúdos de português, matemática, física, química, biologia, dentre outras disciplinas curriculares, assim como em todos os anos do ensino formal.

  A Educação Ambiental não poderá restringir-se apenas a alguns projetos esparsos desenvolvidos por poucos professores e em determinadas datas comemorativas. As escolas deverão conscientizar os seus alunos na seleção do lixo, no plantio de árvores, no uso racional da água, entre tantas outras ações importantes e que poderão ser aplicadas em suas próprias residências e municípios, ao mesmo tempo, deverão ensiná-los a pensar, agir e participar das questões ambientais de maneira global.

  A Educação Ambiental não-formal são ações e práticas educativas voltadas à sensibilização, à organização e participação da coletividade sobre as questões ambientais. Ademais, caberá ao Poder Público, no âmbito federal, estadual e municipal o incentivo, por meio de diversas ações exemplificadas nos incisos I ao VII do art. 13, parágrafo único.

  Com relação à Educação não-formal, importa aludir que apesar de imputar ao Poder Público a tarefa de incentivar, também conclama a sociedade em geral a participar e a responsabilizar-se pela transmissão das informações e conhecimentos sobre assuntos envolvendo a preservação e proteção do meio ambiente.

  Consoante, Ruscheinsky e Lobo Costa defendem, “a educação ambiental somente será verdadeiramente transformadora se for fruto da própria comunidade, por meio do respeito e do reconhecimento dos saberes dessas populações”[13].

  Cabe ressaltar que a referida Lei, dispõe expressamente sobre os princípios básicos da Educação Ambiental, em seu art. 4º e incisos respectivos, atribuindo o enfoque humanista, holístico, democrático e participativo; a concepção do meio ambiente em sua totalidade, considerando a interdependência entre o meio natural, o sócio-econômico e o cultural, sob o enfoque da sustentabilidade; o pluralismo de idéias e concepções pedagógicas, na perspectiva da inter, multi e transdisciplinaridade; a vinculação entre a ética, a educação, o trabalho e as práticas sociais; a garantia de continuidade e permanência do processo educativo; a permanente avaliação crítica do processo educativo; a abordagem articulada das questões ambientais locais, regionais, nacionais e globais; e, o reconhecimento e o respeito à pluralidade e à diversidade individual e cultural.

  Nessa perspectiva, educar ambientalmente é incentivar uma reflexão sobre as práticas existentes na utilização dos recursos naturais, na tentativa de se rever valorativamente a relação do homem com a natureza, fugindo da visão meramente conservacionista.

Para Gadotti[14], a Educação Ambiental vai além do conservacionismo.

Trata-se de uma mudança radical de mentalidade em relação à qualidade de vida, que está diretamente ligada ao tipo de convivência que se mantém com a natureza e que implica atitudes, valores e ações. Trata-se de uma opção de vida por uma relação saudável e equilibrada com o contexto, com os outros, com o ambiente mais próximo, a começar pelo ambiente de trabalho e pelo ambiente doméstico.

  É a formação contínua de uma consciência que visa valorizar as ações que estejam voltadas para a construção de um ambiente equilibrado e saudável.

Para a UNESCO[15],

a educação ambiental é um processo permanente no qual os indivíduos e a comunidade tomam consciência do seu meio ambiente e adquirem conhecimentos, habilidades, experiências, valores e a determinação que os tornam capazes de agir, individual ou coletivamente, na busca de soluções para os problemas ambientais, presentes e futuros.

   Assim, a partir da compreensão do significado da Educação Ambiental é preciso para dar efetividade a ela, que ocorra uma mudança de paradigma, valorizando o todo ao invés das partes, o complexo ao reducionista, o total ao específico e religar os saberes[16]. E para essa religação de saberes a interdisciplinaridade dispõe de um papel fundamental.

Parte do texto de "Um olhar ecopedagógico no direito"
Luiz Ernani Bonesso de Araujo, Andressa Corrêa da Silva

Fonte:http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=1743

O principio da precaução

 
  Na Conferência RIO 92 foi proposto formalmente o Princípio da Precaução. A sua definição, dada em 14 de junho de 1992, foi a seguinte:


  O Princípio da Precaução é a garantia contra os riscos potenciais que, de acordo com o estado atual do conhecimento, não podem ser ainda identificados. Este Princípio afirma que a ausência da certeza científica formal, a existência de um risco de um dano sério ou irreversível requer a implementação de medidas que possam prever este dano.

  Este princípio tem uma clara e decisiva utilização na Bioética. Tomando apenas a questão da saúde, ela sempre esteve associada à noção de dano. Quando era entendida apenas como a ausência de doença, a saúde era tida como o estado onde o indivíduo estava livre de danos que estariam ocorrendo naquele momento. A própria atividade dos profissionais de saúde também era associada à noção de dano. Hipócrates, cerca de 400 anos aC, propôs que ao tratar os doentes o primeiro dever era o de ajudar e o segundo o de não causar dano.

  Apenas com o advento da noção de risco, proposta por Pascal, no século 17, houve a associação do dano com a sua probabilidade de ocorrência e com a sua magnitude. Desta forma, o dano começou a ser categorizado de forma mais objetiva para as coletividades, mas não para os indivíduos. Para estes o dano pessoal continuava, e continua, sendo uma incerteza, quando subjetivo, ou uma ignorância, quando desconhecido.

  Claude Bernard, no século 19, ao referir-se à questão da pesquisa em seres humanos, propôs que o interesse de salvaguardar a integridade do indivíduo estava acima do interesse da sociedade. Nenhum dano previsível poderia ser imposto a um participante de uma pesquisa, mesmo que houvesse o potencial de um grande benefício social.

  Ao longo do século 20, inúmeros documentos buscaram estabelecer diretrizes e normas para a pesquisa em seres humanos. Em todos eles, desde o documento editado na Prússia em 1901, passando pelo Código de Nuremberg, em 1947, e pelas diferentes edições da Declaração de Helsinki, a partir de 1964, um dos pontos fundamentais foi a avaliação da relação risco-benefício. Esta avaliação sempre comentada e discutida é de difícil utilização, principalmente pelo fato do risco, quando conhecido ser um dado objetivo e calculável, o benefício não, é uma presunção baseada em propostas subjetivas, são intenções, expectativas.

  Na década de 1950, Van Rensselaer Potter, que mais tarde criou a palavra e os fundamentos da Bioética, iniciou a utilizar o conceito de "conhecimento perigoso". Para ele "conhecimento perigoso" era aquele que ainda não era bem compreendido, que não se conheciam especialmente as conseqüências de forma adequada. Potter propunha que a melhor forma de enfrentar esta situação era gerando mais conhecimento e não o impedindo.

  Dois exemplos de conhecimento perigoso podem ser dados: o uso da talidomida e o surgimento da engenharia genética. No caso da talidomida, uma droga tida como segura tanto em estudos científicos quanto com base em experiências pessoais em nível assistencial, desencadeou uma terrível situação ao ter o seu efeito teratogênico constatado na década de 1960. Na engenharia genética, no início dos anos 1970, os próprios pesquisadores preocuparam-se com a utilização deste novo conhecimento e estabeleceram a primeira moratória voluntária de pesquisa. A Conferência de Asilomar é que possibilitou a elaboração de diretrizes para a sua utilização adequada. A proposta da moratória de pesquisas, reconhecendo este novo conhecimento como potencialmente perigoso, e as diretrizes estabelecidas posteriormente como forma de prevenir ações que pudessem acarretar riscos demasiadamente grandes, podem ser definidas como uma situação claramente precursora do Princípio da Precaução.

  Nos anos 1980, Hans Jonas caracterizou o Princípio da Responsabilidade. Nas suas obras este autor realizou uma grande reflexão sobre a importância da valorização do conceito do risco e da necessidade da comunidade científica leva-lo em conta de forma mais responsável. Jonas achava que os pacientes e participantes de pesquisas não tinham condições de entender adequadamente a noção de risco e os próprios riscos que lhes são propostos. Propunha que os pesquisadores e profissionais é que deveriam, além de informar, resguardar as pessoas de possíveis situações de riscos previsíveis.

  A questão de que o risco desconhecido, ignorância, não poder ser considerado como sendo inexistente, foi discutida por Kristin Sharder-Frechette em 1994. Esta foi uma importante colaboração, pois retomou, sem citar, a proposta de Potter sobre o conhecimento perigoso.

  O Principio da Precaução, que havia sido proposto em 1992, foi objeto de um seminário, realizado na França no ano 2000, onde a sua aplicação foi discutida em diversas áreas, além da saúde e do ambiente, como a comunicação social e o Direito. Este Princípio não é uma nova criação, mas sim o amadurecimento de uma idéia, que como foi brevemente apresentado anteriormente, vem acompanhando a geração e a aplicação do conhecimento, pelo menos nos últimos 2400 anos. Alguns pontos de sua definição mereceriam ser mais bem debatidos ou até mesmo reformulados, como, por exemplo, a caracterização do que é certeza científica formal.

  O Princípio da Precaução não deve ser encarado como um obstáculo às atividades assistências e principalmente de pesquisa. É uma proposta atual e necessária como forma de resguardar os legítimos interesses de cada pessoa em particular e da sociedade como um todo. O Princípio da Precaução é fundamental para a abordagem de questões tão atuais e importantes como a produção de alimentos transgênicos e a clonagem de seres humanos. Reconhecer a existência da possibilidade da ocorrência de danos e a necessidade de sua avaliação com base nos conhecimentos já disponíveis, é o grande desafio que está sendo feito a toda comunidade científica mundial.


 Texto de José Roberto Goldim

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Princípio da supremacia e indisponibilidade do interesse público


O ser humano, a partir de sua capacidade de adaptação, de seu instinto de sobrevivência, de seus interesses, necessidades e caprichos, modifica, melhora e degrada o meio ambiente. No entanto, não se pode permitir que o homem degrade ou polua a natureza de forma incondicional e desregrada, pois o meio ambiente tem caráter coletivo, in verbis:



Art.22 da Constituição Federal de 1988 - Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defende-lo e preserva-lo para as presentes e futuras gerações.



A Constituição vai mais adiante, restringe a atuação do homem, dando parâmetros para seu desenvolvimento quando fala que a ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observado o princípio da defesa do meio ambiente (art.170 da CF/88). Portanto a defesa do meio ambiente, intrínseco interesse público, é ao mesmo tempo direito e obrigação da coletividade, sendo que o Estado não poderá se omitir de tal obrigação, caracterizando assim sua indisponibilidade.